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A que sector da sociedade portuguesa se destinam as fake news?

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As fake news em Portugal vivem do Facebook e não de blogues. Estes, quando muito, servem apenas de muleta para a página do Face. E desculpem a crueza, nem podia ser de outra forma.
As páginas de fake news têm como alvo um sector específico da sociedade e que não é de distinção tradicional. As fake news não são nem para a classe baixa nem para a média (se é que esta ainda existe em Portugal) nem para a alta.
É para um vasto sector: os pouco informados. Que se encontram em todas as tradicionais classes. E, por isso mesmo, é o Facebook o seu pasto e não os blogues. Por isso, é um erro (na minha opinião) confundir as fake news com os “Corporações”.
O único ponto em comum é a manipulação.
Mas as páginas de fake news são para manipular através dos utilizadores de Facebook que, por opção (seja ela de que teor for) não estão informados e, como tal, acreditam em tudo o que lhes for apresentado da forma mais inverosímil. Pessoas que não consomem imprensa (escrita ou digital), que não gostam de política, que não gostam de pensar para além do natural da sua vida e do seu círculo. Essas pessoas são facilmente manipuláveis – basta apimentar a coisa da maneira mais….inacreditável.
Por exemplo: reparem no elevado número de pessoas que acreditam e partilham como verdadeiras peças de humor do “Imprensa Falsa” ou do “Inimigo Público” como se as mesmas fossem verdadeiras. Reparem no elevado número de pessoas que partilham como verdadeiras “notícias” sobre a morte de famosos. Antigamente, no tempo dos meus pais, compravam o “Incrível” pela diversão, pelo gozo. Se fosse hoje, compravam como se fosse o único jornal com notícias verdadeiras. Mais, as páginas de fake news, seja em Portugal, seja nos EUA, aproveitam este enorme mercado para transmitir a mensagem que pretendem e usam a plataforma que melhor se adapta em cada país. Nos EUA, é melhor o Twitter, como em Espanha. Já em Portugal, é o Facebook.
Ora, um jornalista que pretende fazer uma peça jornalística sobre o tema e escolhe como ponto de vista os blogues demonstra um total analfabetismo sobre o tema. Demonstra que ainda está no passado. Demonstra que não percebe nada do tema a investigar.
E permitam-me uma crítica a algumas coisas que vejo escritas: as fake news não são de direita. Como não são de esquerda. São usadas, abusadas e difundidas por aqueles que defendem o oposto da democracia. Nem Trump, nem Erdogan, nem Le Pen, muitos menos Bolsonaro (sabe lá o que é a direita ou o que é a esquerda), ou Putin são de direita (ou de esquerda). São facínoras, ponto.
Em Portugal, existem páginas de Facebook de fake news conotadas (directa ou indirectamente) com o PSD/CDS, assim como com o PS. Produzidas e geridas por meninos e meninas que estão a brincar com o fogo e que rapidamente serão ultrapassados pela realidade. Herdeiros das guerras digitais de 2009/2011 e que pensam que é a mesma coisa.
Só que os tempos são mesmo outros.
Mas as realmente influentes, em número de seguidores independentes de partidos, essas não são nem do PSD/CDS nem do PS e essas sim, são um perigo. Não apenas pelo seu conteúdo mas pelo desconhecimento real dos seus autores e a serviço de quem estão. Começaram por “atacar” os famosos, depois entraram pela bola (ao de leve), pelo mundo empresarial (os ataques aos supermercados, grandes empresas de serviços) e também pela política. Dessas desconheço, completamente, autores e objectivos. Ao serviço de quem??? Com que fins??? Por quê???
Hoje, em Portugal, o Facebook é o pasto das velhas conversas de café ou de táxi dos anos 80/90. A sua continuidade e enorme audiência fizeram o resto.
Fake news, em Portugal, existem desde a estória do Rei Fundador que bateu na mãe. A diferença é que agora a coisa espalha-se em segundos e os crentes são mais do que as mães.
E são muitos, imensos!, os crentes. Por motivos que os professores e professoras da casa sabem explicar bem melhor do que eu.


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